**As Cores na Espiritualidade: Além da Estética, a Jornada do Preparo para a Eternidade**
*Dizem que é Arte…*
A Arte Egípcia do tempo dos Faraós é um exemplo eloquente da maneira pela qual as cores têm sido incorporadas às expressões espirituais humanas. Contudo, é vital compreender que essas cores transcenderam seu mero papel estético. As obras produzidas pela antiga civilização egípcia não são apenas representações artísticas, mas sim objetos sagrados carregados de significados profundos e simbólicos.
Na tradição egípcia, essas cores não eram meramente escolhas estilísticas, mas veículos de comunicação com o divino. Cada cor possuía um propósito sagrado, uma conexão intrínseca com a espiritualidade. Acredita-se que o uso cuidadoso das cores fosse uma forma de preparar o indivíduo para a jornada pós-vida, uma transição da existência física para uma esfera transcendental.
*A Preparação para a Eternidade…*
Nesta vida terrena, os egípcios viam-se como viajantes temporários, em busca de uma preparação meticulosa para o grande encontro com seus ancestrais, mestres, guias e, acima de tudo, com a divindade suprema. A escolha das cores em objetos e obras de arte tinha um papel importante nessa preparação, uma vez que cada tonalidade estava ligada a um aspecto específico da jornada após a morte física.
O verde, por exemplo, era associado à renovação e fertilidade, elementos essenciais na ideia da regeneração no pós-vida. O amarelo, representando o sol, simbolizava a luz divina que iluminaria o caminho do falecido em sua jornada rumo ao além. O azul, ligado ao céu e à água, denotava a transição entre mundos e a busca por uma vida eterna.
*Uma Jornada de Méritos e Conexões…*
A preparação para o encontro com os antepassados e com a divindade também envolvia a avaliação dos méritos individuais. O merecimento para o encontro com entidades espirituais era fundamentado nas ações e nas virtudes cultivadas em vida. Dessa forma, as cores não eram apenas estéticas, mas também um reflexo da jornada moral e espiritual do indivíduo.
Neste contexto, o vermelho era um símbolo de vitalidade e coragem, qualidades essenciais para a superação das adversidades terrenas e espirituais. O branco, por sua vez, representava a pureza de coração, necessária para a harmonização com o divino. O preto, muitas vezes associado ao luto, também tinha sua relevância, representando a passagem da vida à morte e a busca por uma nova fase de existência.
*Que assim seja, Amém…*
A interconexão entre as cores, a espiritualidade e a preparação para o pós-vida na tradição egípcia é um testemunho da profundidade que os significados simbólicos podem adicionar à expressão humana. Ao observar essas obras de arte, não devemos limitar nossa percepção à mera estética, mas mergulhar na narrativa complexa que essas cores contam sobre a jornada espiritual e a busca pela eternidade.
Que assim seja, em uma reverência respeitosa aos que vieram antes de nós e a um anseio coletivo pela conexão com o divino. Amém.